A minha primeira visita a um dentista, na década de 80, foi traumática. Lembro do cheiro forte, do som assustador do motor e de um profissional que não tinha a menor paciência para o meu medo. Essa memória, por muito tempo, definiu minha relação com a odontologia. Por isso, quando minha irmã me incumbiu de ajudar na primeira visita do meu sobrinho a um dentista infantil em BH, eu vi aquilo como uma missão: garantir que a experiência dele fosse radicalmente diferente da minha.

Nossa busca não era apenas por alguém que tratasse dentes de crianças, mas por um profissional que entendesse a psicologia infantil. Um dentista infantil de verdade, descobri, é um mestre em criar uma atmosfera de confiança e diversão. O primeiro consultório que visitamos no bairro Serra parecia mais um playground do que uma clínica. As paredes eram vibrantes, a recepção tinha brinquedos e a auxiliar nos recebeu com um sorriso que desarmaria qualquer adulto, quanto mais uma criança.

Transformando o Medo em Curiosidade

A dentista, uma jovem especialista, nos convidou a entrar. Ela não pediu para meu sobrinho sentar na cadeira imediatamente. Primeiro, ela sentou no chão com ele, mostrou os bonecos de boca gigante, os “jacarés” com dentes para escovar. Ela apresentou os instrumentos como se fossem personagens de uma história: o “motorzinho” era um tratorzinho que limpava a estrada, o “sugador” era o elefante com uma tromba sedenta. A linguagem dela era lúdica, e a curiosidade do meu sobrinho superou rapidamente sua apreensão inicial.

Enquanto ele, encantado, “passeava” na cadeira que sobe e desce, a conversa da dentista foi direcionada a nós, os adultos. Ela nos deu orientações valiosas sobre a escovação, sobre a dieta, sobre como lidar com a ansiedade da criança antes das consultas. A consulta com um bom dentista infantil em BH é, na verdade, uma sessão de coaching para os pais.

Construindo uma Relação para a Vida Toda

Meu sobrinho saiu do consultório feliz, perguntando quando poderia voltar para “brincar no tratorzinho”. Naquele momento, eu entendi o poder imenso do trabalho de um bom dentista infantil. Ele não estava apenas prevenindo cáries; ele estava construindo uma relação saudável com o cuidado, que meu sobrinho levará para a vida toda. Ele estava desfazendo o ciclo de medo que marcou a minha geração. A experiência me mostrou que a odontologia moderna, especialmente em um polo de excelência como Belo Horizonte, aprendeu que a melhor técnica, quando se trata de crianças, é a do afeto, da paciência e da brincadeira.